SAÚDE EM TEMPOS DE PANDEMIA
- Projeto Farmácia Viva
- 10 de jun. de 2020
- 12 min de leitura
Atualizado: 12 de jul. de 2021
Os alimentos são responsáveis pelo fornecimento contínuo de nutrientes fundamentais para o bom funcionamento do organismo, garantindo a manutenção da saúde. A combinação de nutrientes específicos auxilia o fortalecimento do sistema imune e, por conseguinte, torna-se protagonista nessa época de pandemia. A fim de auxiliar nossos seguidores o projeto FARMÁCIA VIVA XERÉM entrevistou 3 nutricionistas sobre a alimentação durante a pandemia do novo Corona vírus. Sendo assim, foram realizadas uma série de perguntas que esclarecem dúvidas sobre os alimentos mais indicados, além de apresentarem algumas curiosidades e apontarem fakenews.
Nesse post vocês terão a oportunidade de se informar sobre aspectos mais relevantes para uma alimentação saudável em tempos da pandemia. Acompanhem conosco a entrevista das nutricionistas convidadas: Kelly Gouveia, Larissa Flor e Naja Reis. O Projeto Farmácia Viva Xerém está sempre interessado nas principais atualizações sobre o impacto dos vegetais na nossa vida. Para nos auxiliar, mande as receitas que vocês estão fazendo para manter a alimentação saudável nesse momento. Poste suas receitas com a Hashtag #Farmaciavivaxerem
1. Devido ao presente momento, em que vivemos uma pandemia, é de suma importância que nosso sistema imunológico esteja fortalecido. Sabe-se que uma alimentação adequada é um dos principais fatores que auxiliam o sistema de defesa do nosso organismo. Pensando nisso, quais seriam os alimentos mais indicados para serem consumidos?
Segundo as nutricionistas Naja, Kelly e Larissa, é importante frisar que a alimentação saudável e equilibrada é a estratégia mais efetiva para fortalecimento do sistema imunológico. Quando a alimentação não está equilibrada e há a deficiência no consumo de vitaminas e minerais, que são fundamentais para manter a imunidade em dia, nenhuma outra estratégia será efetiva. Para a nutricionista Naja, além de uma vida saudável, os fatores genéticos podem condicionar um sistema imunológico mais eficiente, com menos risco de doenças, entretanto, não impede da pessoa contrair a doença. Kelly recomenda alimentar-se de forma saudável com hortaliças, legumes e frutas que são fonte de diversas vitaminas e sais minerais.
Já a nutricionista Naja, dá algumas dicas de alimentos acessíveis como o alho e própolis. Ela recomenda de 2 a 3 dentes de alho, sem tostá-lo para não perder sua funcionalidade, mas pode ser misturado na comida. O alho possui alicina, que é um ótimo antibactericida. Naja disse ainda: “A cebola também possui várias propriedades funcionais, mas uma das mais importantes é a quercetina, a qual possui propriedades antivirais e antibactericida. Frutas cítricas, couve, brócolis e espinafre, que são ricos em betacaroteno, flavonóides, vitamina C, vitamina E, que protegem o corpo dos radicais livres. Peixe, fígado, carne bovina, ovo e frango, tanto como proteínas vegetais, que são encontradas no feijão, na ervilha, no grão de bico, são ricos em zinco, podendo abreviar a duração do quadro viral, pois fortalece nossos anticorpos. Mostarda, pimenta vermelha, gengibre, são alimentos que possuem propriedades muco cinéticas, eles estimulam a circulação do fluxo do muco, aliviando as áreas congestionadas, então possuem ação anticongestionante e expectorante. A canja de galinha é ideal para diluir o muco dos pulmões, pois possui o aminoácido cisteína, que ajuda a expulsar esses mucos do pulmão. A sálvia também está sendo muito estudada e está relacionada nessa melhora de proteção pulmonar e expectorante. O iogurte também é indicado, por possui colônias de lactobacillus vivos, principalmente pelos Bulgaricus e Streptococcusthermophilus, a dose recomendada é de 180 a 250mL/dia e sempre preferir os naturais, sem aditivos.”
Kelly destaca a importância da ingestão de alimentos como importantes fontes de vitamina C: “limão, laranja, acerola, goiaba, melão, kiwi, morangos frescos, tangerina, abacaxi, caqui, suco de açaí, pimentão verde a amarelo, couve, brócolis, salsa, agrião, tomate, repolho, folhas de nabo, rabanete, espinafre, acelga, beterraba, batata doce e inglesa.”
2. Existe alguma restrição para o consumo desses alimentos? Como por exemplo, grupo de pessoas que não possa ingeri-los ou que devam ter um cuidado maior ao consumi-los.
Segundo a nutricionista Kelly, pessoas com problemas relacionados à tireoide, devem restringir alimentos bociogênicos (repolho, couve-flor, brócolis, morangos) e que seu consumo, quando ocorrer, seja com moderação e os vegetais bem cozidos. Larissa ressaltou que alimentos como a Chlorella, a Spirulina e o Própolis não devem ser utilizados por: mulheres que estejam em gestação ou amamentando, crianças, fenilcetonúricos e pessoas que fazem hemodiálise ou que tenham algum tipo de doença renal. E caso haja reação alérgica suspender imediatamente o uso.
Naja aconselha que é necessário ter um equilíbrio e balanceamento nos alimentos. Mas pacientes que possuem predisposição a cálculo renal, devem tomar cuidado ao se alimentar da beterraba e espinafre. A nutricionista destaca ainda que não é recomendado a ingestão da carambola e o consumo de proteína precisa ser moderado para pacientes com problemas renais.
Todas as nutricionistas enfatizam que é fundamental a busca por profissionais experientes e por um acompanhamento, pois o equilíbrio na alimentação exige individualização para ser mais eficaz.
3. Tendo em vista ainda o cenário de pandemia vivido e sabendo que existem grupos de risco como por exemplo, diabéticos, hipertensos etc. Existem um conselho nutricional específico para esse grupo de pessoas?
As nutricionistas concordam que os pacientes do grupo de risco, deverão ter um maior cuidado com a alimentação, sempre seguindo os conselhos médicos e dos nutricionistas. A nutricionista Kelly afirma que se deve manter sempre uma alimentação equilibrada e o mais natural possível, evitando alimentos gordurosos, excesso de sal (carnes salgadas, queijos amarelos), açúcares refinados, e/ou preparações que os contenham. Ressaltando a necessidade de evitar, emergencialmente, os fast-foods (ricos em gordura saturada), produtos processados e ultra processados (refrigerantes, doces, comidas congeladas). Além disso, a nutricionista é categórica em afirmar que “é importante evitar o consumo de álcool, pois esse aumenta o cortisol que é imunossupressor, ou seja, baixa a imunidade.
A nutricionista Kelly deixa um Slogan importante: Desembale menos, e descasque mais!
4. Recentemente começou a circular nas redes sociais uma informação que diz que ingerir alimentos alcalinos faz com que o corpo fique imune ao novo coronavírus (SARS-CoV-2). Gostaríamos de um comentário seu sobre essa informação.
Nesta pergunta, as três nutricionistas concordam que não existe alimento milagroso que combata o novo vírus causador da doença COVID-19, tão pouco que alimentos alcalinos sejam mais importantes na dieta. Larissa ainda ressalta que até o presente momento “não há nenhuma evidência de que alguma dieta possa prevenir ou combater a COVID-19. Diferentemente do que circula na internet, uma dieta baseada em alimentos alcalinos não ajuda a prevenir ou a tratar a infecção pelo novo coronavírus. Além disso não há fundamentos para afirmar que o pH dos alimentos possa alterar o pH do organismo humano, que é fortemente controlado, pois quaisquer variações no pH podem levar inclusive conduzir ao óbito.”
5. Existe algum alimento ou grupo de alimentos que sejam mais indicados para pessoas que estão contaminadas com o coronavírus? Existe alguma restrição alimentícia?
A nutricionista Kelly indicou uma série de alimentos para que se tenha uma alimentação equilibrada e que abranja os grupos de alimentos recomendados pelo Ministério da Saúde. Entre estes alimentos estão: “Grupo dos feijões (feijões, lentilhas, ervilhas, grão de bico). Grupo dos cereais (arroz, milho, centeio, gérmen de trigo, trigo); Grupo das raízes e tubérculos (mandioca, batata inglesa, batata doce, inhame, mandioca); Grupo do leite e seus derivados (queijo branco, ricota, cotage, cream chese, etc); Grupo das carnes (carne vermelha pobre em gordura, frango, peixes e ovos). Grupo das castanhas e nozes; Grupo das frutas e dos vegetais em geral”. Além disso, Kelly lembra que para montar o cardápio deve-se levar em consideração as escolhas alimentares pessoais e possíveis intolerâncias. E que “O ideal é fracionar em maior número de refeições (5 -6), em pequenos volumes durante o dia. Além disso, não podemos esquecer de aumentar a ingestão de água, que também é coadjuvante no bom funcionamento intestinal.”
Em concordância, Naja lembra a importância de aumentar a ingestão de alimentos como frutas, legumes e verduras da safra, pois estes alimentos irão conter maior qualidade nutricional, são mais saborosos e possuem uma menor quantidade de agrotóxico. Além disso, também recomenda a utilização de óleos, gorduras e sal em menor quantidade para evitar a desidratação e, relembra, que alimentos processados possuem muito conservante e sódio. E, por fim, ressalta a importância da ingestão de água para um bom funcionamento do corpo.
Em relação à restrição alimentar Kelly diz “A restrição que seria interessante se refere aos alimentos ricos em carboidratos simples e os alimentos flatulentos. Em episódios de falta de ar, os gases intestinais pressionam o diafragma e consequentemente o pulmão, dificultando a respiração. Exemplo deles são: pães, bolos, repolho cru, bebidas com gás, doces, açúcar refinado. Bem como evitar gorduras saturadas, e trans (biscoitos recheados, frituras). Evitar o consumo de refrigerantes e bebida alcoólica.”
6. Quais compostos e nutrientes uma fruta, vegetal ou legumes precisam ter para auxiliar no sistema imunológico? Você acredita que a ingestão de sucos ou vitaminas com esses produtos podem aumentar a imunidade? E o uso em excesso desses alimentos podem causar algum dano ao organismo?
A nutricionista Larissa diz: “Os nutrientes que podem atuar diretamente nas funções das células de defesa do organismo são: Ômegas 3 e 6, Ácido linoléico conjugado (CLA), Vitaminas A, E, D e C, além dos micronutrientes como zinco, ferro e selênio. Não acredito que sucos ou vitaminas possam de maneira isolada ajudar na imunidade, mas sim o consumo diário dos alimentos citados abaixo”. De acordo com a nutricionista Kelly alimentos antioxidantes podem proteger os tecidos pulmonares da lesão oxidativa preventivamente, apontando nutrientes como a vitamina C, zinco e selênio. Além disso, Kelly dá dicas de possíveis fontes de obtenção desses nutrientes: “A vitamina C associada ao Zinco, atuará na maturação dos linfócitos (células de defesa); Exemplo de vegetais fonte de zinco: nozes milho, beterraba, ervilha, abacaxi. O selênio, também possui propriedades antioxidantes, reduz as quantidades de radicais livres que contribuem para o processo inflamatório. Fontes vegetais: cereais integrais, gérmen de trigo, trigo em grão, cevada, milho, alho, cogumelos, castanhas. A vitamina E, atua na síntese das prostaglandinas, que controlam processos inflamatórios e formação de coágulos sanguíneos. Fonte: gérmen de trigo, óleos vegetais, folhosos verde escuros, nozes.”
Em relação ao preparo de sucos e vitaminas para aumentar a imunidade, Kelly diz que não há nenhuma contra indicação desde que as bebidas sejam consumidas imediatamente após o preparo e sempre com atenção ao uso excessivo de açúcar. Porém, o ideal é que os alimentos sejam consumidos in natura. A nutricionista Naja partilha o mesmo pensamento, mas destaca que é preciso avaliar a individualidade do paciente. Já Larissa pontua não acreditar que sucos ou vitaminas atuam de maneira isolada para auxiliar a imunidade, mas sim o consumo diário dos alimentos citados ao longo da matéria.
7. Pensando numa dieta habitual, quais alimentos são necessários para ajudar no sistema imune e repor os nutrientes essenciais?
Segundo a nutricionista Larissa, todos os alimentos são importantes para manter o bom funcionamento do corpo, mas os alimentos que podem ser destacados para o sistema imunológico são: “Ovo, carnes e peixes (especialmente salmão, atum, sardinha, arenque e cavalinha), vísceras, leites e derivados; frutas e legumes amarelados, alaranjados e avermelhados; vegetais verdes-escuros, sementes e oleaginosas; azeite. De 3 a -5 porções desses alimentos por dia são suficientes para a nutrição efetiva do organismo.”
Já Kelly alerta que é necessário que o nutricionista avalie o paciente de forma individualizada para que seja prescrita uma dieta balanceada que atenda suas demandas. Além da dieta, Kelly ainda indica que o paciente tenha no mínimo 8 horas de sono, pois dormir pouco libera cortisol que é um imunossupressor. Naja concorda que é necessário ter uma alimentação equilibrada e que é necessário também avaliar a necessidade de cada pessoa.
8. Durante uma pandemia é um momento oportuno para o surgimento de diversas fakenews sobre tal alimento ou produto, como exemplo a água tônica. Você poderia dar um conselho geral sobre isso?
Segundo a nutricionista Larissa é importante seguir apenas as recomendações que venham diretamente do Ministério da Saúde para garantir que as pessoas não sejam enganadas por fakenews. Já para a nutricionista Kelly o ideal é que o paciente siga as orientações de seu médico ou nutricionista e busque fontes confiáveis a respeito dos benefícios dos alimentos a serem consumidos. Kelly ainda comenta: “Eu não aconselho, por exemplo, o consumo de água tônica por um paciente que possui dificuldade no quadro respiratório (asma, bronquites, DPOC- Doença pulmonar obstrutiva crônica), ou que esteja com Covid-19, justamente por ser uma bebida gasosa, podendo provocar agravamento do quadro, conforme já mencionado.”
A nutricionista Naja ficou surpresa com a questão sobre a água tônica e diz não ter ouvido nada a respeito, porém ela acredita na alcalinidade da água que pode auxiliar no organismo, desde que haja equilíbrio na alimentação. A mesma reforçou que: “Nada em excesso faz bem, tudo precisa de um equilíbrio.”
9. Tem sido bastante comentado sobre a higienização das mãos como uma medida de prevenção, porém sabemos que a higienização dos alimentos é muito importante. Qual seria a melhor forma de higienizá-los?
Sobre a higienização de alimentos Kelly destaca que “Ao chegar na residência, o ideal é que quem os manipula, lave as mãos antes de manuseá-los, evitar tossir ou espirrar quando estiver preparando uma refeição”. Kelly e Larissa instruem a higienizar os alimentos in-natura, como frutas, legumes e verduras, em solução de hipoclorito (1 colher de sopa de água sanitária em 1 litro de água) por até 15 minutos e lavá-los em água corrente posteriormente. Larissa ainda destaca que “É importante verificar no momento da compra que água sanitária não tenha perfume e que possa ser utilizada para higienização dos alimentos”. Naja também aconselha a lavar bem as embalagens dos alimentos com água e sabão ou álcool 70% antes de guardá-las.
10. Muitas pessoas fazem uso de plantas medicinais para o tratamento de diversas doenças e também um uso diário como um calmante. Existem espécies vegetais que possuem um potencial que auxilie no sistema imune?
Segundo a nutricionista Larissa, não há evidências que demonstrem a existência de vegetais específicos que, de forma isolada, auxiliem no fortalecimento do sistema imune. Já a nutricionista Kelly comenta que sim e dá alguns exemplos. “A Echinacea, é uma herbácea imunomoduladora com compostos fitoquímicos usada de forma preventiva contra gripes e resfriados, estimulante da imunidade celular e do sistema fagocitário em processos inflamatórios. Unha de gato, muito usada na fitoterapia em processos inflamatórios, dentre outras propriedades. O Astragalos, também uma erva imunomoduladora, aumenta a resposta imune diante de infecções, atenua o efeito do cortisol. Concentrado de compostos bioativos (fitoquimicos): extrato de gengibre, cúrcuma, canela, chá verde, própolis, semente de uva modulam o sistema imunológico. Chás com compostos ativos: gengibre, cúrcuma, chá de casca de laranja, artemisa , canela em pau, hortelã, anis estrelado, cravo da índia.”
A nutricionista Naja cita algumas espécies vegetais que podem auxiliar no sistema imune, sendo elas: Alho, sálvia, erva-doce, camomila, dente de leão, Equinácea, Curcuma zedoaria, Boswellia, garra do diabo, unha de gato, Licorice, entre outros. Naja ainda comenta as propriedades do alho, lembrando da alicina que tem atividade antimicrobiana. O alho também possui um grande papel na melhora imunológica, uma vez que é rico em germânio e selênio. Além dessas espécies vegetais, ela também indica alguns fitoterápicos anti-inflamatórios como a Arnica, Camomila e Malva.
11. Há alguma receita que faça uma combinação de frutas e plantas medicinais para fortalecer o sistema imunológico?
A nutricionista Larissa ressalta que não há nenhuma receita isolada que possa fortalecer o sistema imunológico e que “O essencial para fortalecer o sistema imunológico é uma dieta saudável e equilibrada. Sem dúvida seguindo uma dieta baseada em alimentos naturais, colorida e variada o seu sistema imunológico estará fortalecido”. Já Kelly afirma que podem ser feitas diversas combinações de sucos gelados e chás, bem como suchás (suco +chá, gelado). “Um exemplo é o suco verde, combinando couve, limão, maçã, hortelã, gengibre, abacaxi. Outro exemplo é o suco combinado de laranja, limão, própolis e cúrcuma.”
Enquanto Naja compartilha conosco uma receita chamada de “Purificador de Abacaxi”. Os ingredientes necessários são 1/2 abacaxi; 2 maçãs; 1 bulbo de erva doce; 2,5 cm de gengibre; 1 colher( chá) suco de babosa e cubos de gelo, para finalizar. Deve-se extrair o suco das frutas, da erva-doce e do gengibre. Bater no liquidificador com o suco de babosa e misturar. Posteriormente, adicionar o gelo. Naja acrescenta “O abacaxi contém a bromelaína, uma enzima terapêutica que ajuda na quebra da proteína, reduz inflamações e auxilia na digestão. O abacaxi é rico em betacaroteno e vitamina C, dois antioxidantes que protegem o organismo dos radicais livres, e vitamina B1, necessária para a produção de energia. A babosa é antibacteriana e antifúngica, ajuda o sistema imunológico e ainda conta com propriedades desintoxicantes.”
12. Tem circulado uma mensagem nas redes sociais que diz que o chá de erva-doce possui o princípio ativo do medicamento Tamiflu (fosfato de oseltamivir), que é utilizado para o tratamento e prevenção da gripe em adultos e crianças acima de 1 ano, e que por isso esse chá seria uma forma de tratamento e prevenção contra a covid-19. Gostaríamos de um comentário seu sobre essa planta.
Tanto a nutricionista Kelly, quanto a nutricionista Larissa concordam que essa mensagem é falsa e que não há evidência científica comprovando a correlação do chá de erva-doce ao Tamiflu. Kelly ainda adiciona que “A erva-doce, desde os primórdios, foi indicada por Hipócrates para tratamento da tosse, e desde então tem sido utilizada como auxiliar no tratamento de gripes e resfriados. Mas de forma alguma possui propriedade preventiva contra a Covid-19”. Larissa lembra que “até o momento, não há nenhum medicamento, substância, vitamina, alimento específico ou vacina que possa prevenir a infecção pelo coronavírus”. Naja comenta que já possuem alguns artigos que estão avaliando se a erva-doce possui o mesmo princípio ativo que o Tamiflu.”

Kelly Gouvêa de Araujo / CRN: 10100016

Larissa Flor / CRN: 18100066

Naja da Silva Reis / CRN: 971000948
“Toda a equipe do projeto Farmácia Viva agradece profundamente às nutricionistas Kelly, Larissa e Naja que aceitaram o nosso convite e compartilharam um pouco das suas experiências conosco.”
Referências Bibliográficas:
Naja, F., Hamadeh, R. Nutrition em meio à pandemia do COVID-19: uma estrutura multinível de ação. Eur J ClinNutr (2020). https://doi.org/10.1038/s41430-020-0634-3
Lustosa, Sarah R., Galindo, Alexandre B., Nunes, Lívio C. C., Randau, Karina P., & Rolim Neto, Pedro J.. (2008). Própolis: atualizações sobre a química e a farmacologia. Revista Brasileira de Farmacognosia, 18(3), 447-454.
Karkos P.D. et. Spirulina in Clinical Practice: Evidence-Based Human Applications. Evidence-based Complementary and Alternative Medicine, 2011.
Noguchi N. Chlorella and Its Hot Water Extract Supplementation on Quality of Life in Patients with Breast Cancer. Evidence-based Complementary and Alternative Medicine, 2014.
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